Reflexões e propostas sobre como ser médico de família e não perecer no esforço

23 mar

Nós médicos temos dois objetivos: 1) evitar-tratar-paliar o sofrimento e 2) ajudar os humanos a morrer bem. Quando os alcançamos podemos fazer tão bem ao ponto do paciente desejar beijar nossas mãos ao comprovar os “milagres laicos cotidianos” que realizamos. Lamentavelmente, nos consideramos cientistas e tendemos a deixar de ser sanadores capazes de “milagres laicos cotidianos”. Vamos de sanadores a curandeiros e terminamos como magos com promessas impossíveis, como a vida eterna na Terra, e assim acabamos como comerciantes com interesses predominantes em fazer negóciosi. Fingimos ignorar que, quando um médico trabalha como médico, pode parecer um deus. Fingimos ignorar que os “milagres laicos cotidianos” são fundamentais para os pacientes e seus familiares, para a comunidade e para a sociedade. Também são importantes para o profissionalismo, para a entrega a sagrada tarefa que é o trabalho do médicoii. Sejamos médicos então. Trabalhemos como tais; somos necessários.